sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

NILMAR E SAVIOLA II - A CRISE

A situação era essa. O que se ouvia era que a diretoria do INTER estava produzindo um desmonte no time. Vendia e não contratava. A rapidez para vender se contrapunha à demora em contratar. Não contente com as vendas de Fred e Moledo, dizia-se, a diretoria venderia Damião na primeira oferta que recebesse. A tensão ia aumentando. A emoção ia virando comoção. O prazo de fechamento da “janela” ia se aproximando. A ansiedade coletiva ia crescendo. E a gente trabalhando, sem poder dizer nada.
O consenso generalizado indicava que o INTER precisava de um meia, para dividir com D’Alessandro criação e articulação, e um atacante para substituir Damião que, entendiam todos, seria vendido. Os fatos indicavam que nem um, o meia, nem outro, o atacante, viriam do Brasil. Não havia jogadores desse porte disponíveis para negócio no país. A lógica indicava que teriam que vir de fora. Lá fora, no meio do ano, as equipes ou estavam envolvidas em finais de campeonatos, ou os jogadores estavam iniciando férias. Tudo ficava mais difícil. Dois jogadores que estiveram na pauta e estavam sendo negociados estavam envolvidos nas fases decisivas da Libertadores da América. Um deles era I.Scocco. O outro, que não será mencionado em respeito a ele mesmo, desistiu na última hora. Seria uma grande contratação.
O caldeirão borbulhava. A gente corria, trabalhava, ligava, viajava, negociava. Um negócio ia evoluindo rapidamente e aí parava. Surgia um entrave. O representante do jogador não respondia mais aos telefonemas, mensagens, emails. Silêncio. Um dia, dois dias, três dias. Nada. Outro negócio, que se julgava encerrado, voltava a se abrir e começava tudo de novo. E o tempo passando. E o fechamento da “janela” se aproximando. Uma negociação, que vazara e estava bem avançada, esbarrara numa exigência absurda: um milhão de reais líquidos por mês para o jogador, durante dois anos, tudo na carteira de trabalho, sob o regime da CLT. O INTER arcaria com todos os demais custos de impostos, taxas, previdência e o que mais viesse. A conta chegaria a mais de cinquenta milhões nos dois anos.
Era a crise! O desastre! Lembrei-me da história de um cirurgião norte-americano que, no final do século XIX, estava operando uma paciente em seu consultório, numa pequena cidade do meio-oeste, enquanto a turba, do lado de fora, montava uma sólida estrutura de madeira para enforcá-lo se a cirurgia não fosse bem sucedida.

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5 comentários:

  1. Parabéns pelo blog!!!


    Estou acompanhando desde o início, só não havia comentado ainda...

    Mas não pude deixar passar, quando estava lendo, quase saiu meu coração pela boca quando você mencionou sobre esta grande contratação e que no final não poderia revelar o nome...

    Mas por favor, dê alguma dica sobre quem seria esse jogador?

    Abraços

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  2. O consenso generalizado indicava que o Inter precisava de zagueiro, isso sim!

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  3. Esqueceu de mencionar, que se houvesse algum planejamento, também seriam buscados um volante/meia pro lugar do Fred, e um zagueiro pro lugar do Moledo.

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  4. Respeito ao jogador que desistiu de vestir nossa camiseta na última hora?

    Não me parece razoável.

    Raphael

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  5. é o maxi rodriguez do Newell's Old Boys , desistiu de ultima hora ....

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