sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

LIÇÕES DO FUTEBOL


     O futebol ensina algumas lições, quando se tem a ventura de ser escolhido para participar da gestão do Departamento Profissional de um clube. E ensina para quem quer aprender e tem humildade para tanto, diga-se de passagem. Uma das primeiras e mais importantes é aquela que diz que se queres contratar um profissional, jogador, treinador ou outro, tens que encaminhar, durante um tempo, alguns negócios em paralelo. Nada mais certo, em futebol, do que a máxima de que "QUEM TEM UM, NÃO TEM NENHUM". 
     Contei aqui sobre a famosa negociação Nilmar e Saviola. Naquele período outros negócios foram iniciados, desde "sondagens", pesquisas, conversas, busca de informações. Além desses dois citados acima, estiveram na agenda, no mesmo período: Lucho Gonzáles, Lisandro López, Maxi Rodriguez (o original argentino) e Nacho Scocco. Os negócios foram andando em paralelo e, como costuma ocorrer, algumas portas foram se fechando. Nilmar não foi liberado, à época, pelo Sheik. Saviola recebeu convite para jogar a Champions League por um clube turco. Maxi Rodriguez, praticamente contratado, errou o pênalti na semifinal da Libertadores 2013, contra o Galo Mineiro, e desistiu de sair do clube argentino, para não caracterizar covardia e deslealdade. E por aí foi. 
     A janela estava se fechando quando, no último dia, uma característica do modelo de gestão e de tomada de decisão vigente no INTER naquele contexto, conseguimos fechar com Nacho Scocco. Tinha tudo para dar certo. Não deu. Pior teria sido se não conseguíssemos contratar ninguém naquele momento. Acho que teríamos sido linchados em praça pública.  

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Um perigo ronda a eleição do INTER



   Em meados dos anos 1930, Hitler dominou o Reichstag, o Parlamento Alemão, unificou os cargos de Chanceler, que ele ocupava, com o de Presidente da Alemanha, vago com a morte de Hindenburg. Daí em diante a Alemanha e toda a sua influência na Europa estavam recolhidas à cabeça de um único e absoluto líder. Aconteceu o que aconteceu.
   Em clubes de futebol esta situação é muito comum. Dizem que o clube é presidencialista e pronto: “o homem” pode decidir o que bem entender. Suas decisões são transformadas em lei e para qualquer decisão tem que saber “o que o homem” pensa; “o que o homem” decide. Por vezes “o homem” toma decisões equivocadas e o clube leva anos, ou décadas para desfazer a lambança. Temos vários exemplos por aí. É só lembrar.
   Isto acontece se, e somente se, o CONSELHO DELIBERATIVO está também dominado pelo “homem”. Isso é ruim para o clube. Vitório tem já 167 apoiadores no CD; Marcelo 91. Se suas chapas para o Conselho forem as únicas a obter o coeficiente de 15%, a maldita cláusula de barreira, uma perigosa hegemonia se cristaliza no INTER. Por mais bem intencionados e brilhantes que sejam os candidatos presidenciais, o domínio do Conselho é extremamente arriscado para o futuro do CLUBE.
   Assim, o mais sensato a fazer é votar no
presidente que você ache melhor, mas não dar seu voto também à chapa de mesmo número para o Conselho.