segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

NILMAR E SAVIOLA III - NECESSIDADE DE PRIORIZAR

   Embora a zaga carecesse de atenção, a gente reconhecia isso, a substituição de L. Damião, virtualmente negociado, segundo diziam, e a contratação de um meia, que dividisse com D’Ale as tarefas do meio-campo, eram prioridades. Àquela altura Ernando já tinha um pré-contrato com o INTER, ou estava por assiná-lo. Não lembro bem. Ele poderia deixar o Goiás no meio do ano mediante uma indenização ao clube pelos meses de contrato não cumpridos. Bastava que se fizesse uma negociação entre as diretorias e se chegasse a um acordo sobre valores. Historicamente nunca foi fácil negociar com as diretorias do Goiás, mas penso que se tivéssemos insistido, talvez ele tivesse vindo. Era uma questão de acertar. Uma conversa com a Comissão Técnica sobre as prioridades de contratação e o montante de recursos necessários a uma eventual indenização ao clube de origem sepultaram a antecipação da vinda de Ernando. Não sei se teria sido solução. Mas era um reforço para a zaga.
   Ficou assim, não havendo recursos para contratar um time inteiro tínhamos que priorizar. Só para lembrar, 2013 foi o ano sem o Beira-Rio. O caixa do clube estava bastante combalido. Havia uma quebra grande das receitas, que se somava a aumentos de custos com logística e com locação de estádios para o INTER mandar seus jogos em "casa". Mas isso não fazia sentido para o senso comum. Afinal o clube tinha negociado Moledo e Fred, não tinha? Algumas pessoas pensam que quando se vende um jogador, o jogador sai por uma porta e o dinheiro entra imediatamente no caixa. Não é assim. Todos os pagamentos, de qualquer tipo de negócio de jogadores, são parcelados em quatro, cinco, seis vezes. E as parcelas desse tipo de negócio não são mensais, como na economia doméstica. São geralmente anuais ou semestrais. Poucas vezes se consegue que a periodicidade dos pagamentos seja inferior a seis meses. A economia ensina que as necessidades são ilimitadas e os recursos são sempre limitados. Não havendo recursos para tudo o que se precisava chegou-se à conclusão que as prioridades seriam meias e atacantes. E agora é que vamos chegar mesmo nos negócios de Nilmar e Saviola. Mas isso será no próximo post.



11 comentários:

  1. "a substituição de L. Damião, virtualmente negociado, segundo diziam"

    Como assim "segundo diziam"? Quem dizia? A imprensa? Vocês do futebol é que devem (ou DEVERIAM) saber se um jogador está sendo negociado ou não, para saber quais as prioridades do time!

    Me caiu os butiá do bolso com essa...

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    1. Simples, Otávio. Eu expliquei que tínhamos que trazer alguém de fora SEM SABER se Damião seria vendido pela diferença das janelas: para trazer fecha em julho, para sair fechava em agosto. Entendeste agora?

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    2. Não respondeste a pergunta: quem "dizia" que o Damião ia sair? O Luigi? O empresário dele? O Noveletto? O Nando Gross? Quem?

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  2. Bom, vamos em partes, houve a venda de uma zagueiro e um meio campista, as reposições não estavam no elenco como em outras oportunidades, portanto a prioridade seria essas duas posições. Você mesmo falou que a imprensa que estava "vendendo" o Damião, se a direção de futebol não tinha a intenção de negociá-lo, como me parece em seu "post" pq contratar um atacante com tantas opções no elenco?

    Raphael

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  3. Bom dia Dr. Moura,

    Tentando acompanhar teu raciocínio, se a prioridade era um meia, e foi exatamente nesta posição que o Inter perdeu um jogador de muita qualidade, o Fred, porque não foi contratado um jogador com as características semelhantes a este jogador?
    Pois o Fred ajudava a compor o meio marcando, e quando recuperava a bola, saia em velocidade pro ataque, essas são características inversas ao jogador que foi contratado, o Alex, não que ele seja ruim jogador, longe disso, nos deu as maiores alegrias nos últimos anos e sou grato a ele por isso, mas precisávamos de um meia veloz para não deixar o time burocrático como ficou.

    Voltando a pergunta, por que não foi contratado um jogador com características semelhantes ao Fred, que no MEU ponto de vista, foi a maior perda que tivemos no time?

    Abraços.

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    1. Foi tentado, mas não havia ninguém com as características dele. Por isso resistimos tanto, a ponto do preço de venda subir para mais do que o dobro. Aí não tem quem segure.

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  4. Pergunto: Por que é difícil negociar com o Goias para contratar ou receber em empréstimo, e a reciproca não é verdadeira? O Inter vem, costumeiramente, emprestando ou vendendo jogadores "a rodo" ao Goiás!

    Poderia falar sobre o caso TOLOI?

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    1. É uma ótima pergunta. Não sei sobre o R. Tolói. Não estava lá naquele tempo. Tenho algumas hipóteses, mas não dá para tratar publicamente.

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  5. Não tenho dúvidas, que na linha de futebol ou de qualquer outra tenha de ter um planejamento. O que talvez aconteça, é que dependendo de quem tenha a autonomia ou poder de decisão sozinho ou em conjunto, possam fazê-lo de forma equivocada.

    No quesito contratações, as vezes parece que não há um conhecimento do grupo de jogadores ou uma proposta clara de que forma a equipe irá atuar. Não foi diretamente na sua passagem pelo futebol, mas um dirigente de futebol, não pode prospectar um atacante de velocidade como Nilmar e acabar "premiando" a torcida com um jogador de área , com limitações e ainda ao que tudo indica ter vindo lesionado, como Rafael Moura.

    Esse tipo de planejamento, detona com uma temporada e ainda deixa reflexos para muitas outras como no caso ainda até hoje,tanto no financeiro como no técnico, tendo em vista que o o Rafael Moura, atualmente nos deixa a mercê de que o treinador tenha um misto de mágico, sendo que é atualmente nossa opção pra titularidade e tendo um na reserva de qualidade igual.

    Quase ocorreu algo parecido, quando se cogitou a vinda do Adriano Imperador.

    Acho que a favor do Scocco e sua contratação foi a boa temporada que vinha fazendo na Libertadores, mas do ponto de vista financeiro, já vinha num excesso de estrangeiros que seria possivel usar ( mesmo que Bolatti, pudesse ser comparado a carta fora do baralho) e além disso nossa reposição não se restringia momentaneamente à essa posição e sim a reposição de jogadores para compensar a saida de Moledo e Fred então titulares e que nos deixou orfãos de uma consistência tática que não tivemos por toda temporada, após a saída dos mesmos..

    Nesse caso,acredito que houve uma falha sim do planejamento, mesmo avaliando externamente todos os acontecimentos ocorridos, na gestão passada do depto. de futebol.

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  6. Bom raciocínio. Não posso responder pelas contratações anteriores à minha (nossa) gestão. Quem estava contratado, estava contratado. Scocco deveria, segundo as avaliações, dar melhor resposta após ter férias e pré-temporada, o que não ocorreu em 2013 e deveria ocorrer em 2014. E agora pediu para sair.

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  7. Fico com a impressão, em relação a este blog, de que " quanto mais mexe, mais fede", pois, a cada novo parágrafo, o autor precisará gastar dez para justificar seus rotos e seus descosidos.

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