quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


VAIDADE III

Mas se afirmo, como fiz, que a vaidade está em toda a parte no futebol e eu era parte daquele ambiente, por óbvio, sou obrigado a admitir minha própria vaidade.  É mais uma lição que tenho que creditar a Hannah Arendt.
Sofro do mal da vaidade intelectual, admito.
Se considerarmos que tenho 56 anos e que entrei na escola aos cinco anos, dos 51 anos transcorridos desde então passei 39 anos estudando. Isso, talvez, explique, pelo menos em parte, o fato de padecer de certo orgulho excessivo dos títulos acadêmicos conquistados.  Não há como evitar, mas é possível controlar isso buscando doses maciças de humildade onde elas se encontram: nos meus erros, nos meus fracassos, nos tombos que já levei.
Devo advertir, no entanto, a vaidade intelectual não é exclusividade dos acadêmicos. Não é necessário estudar tanto para ser intelectualmente vaidoso, É só achar que se “sabe tudo de futebol”, que se tem solução para todos os problemas do time, do clube. É só ser daqueles que entendem e afirmam que “esses dirigentes não sabem nada”, “esses caras não são do ramo”; “se fosse eu no lugar deles, eu faria o seguinte...”.

A vaidade intelectual nos leva, no mínimo, a pensar que faríamos mais e melhor do que fizeram os que nos antecederam. E eu achei que podia. Não fiz tudo o que achei que devia ser feito, mas fiz o que era possível naquela complicada engenharia de negociações com os demais dirigentes. Mesmo assim, acreditei que 2013 seria um ano melhor do que os anos anteriores, ainda que não tivéssemos o nosso amado estádio Beira-Rio. Os resultados não vieram. Ficou provado que estávamos errados. Eu estava errado, como estavam errados os demais dirigentes. Ninguém deve pagar essa conta sozinho. Acertamos e erramos coletivamente. Quanto a mim, fui vítima da minha própria vaidade intelectual. 







2 comentários:

  1. Uau!... Agora, depois de ter lido esses três capítulos do mais puro blá-blá-blá pseudointelectual, começo a entender o porquê de o Ínter ter ido tão mal nos últimos tempos!

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  2. Sempre contigo, vieja, sempre... Estava ansioso pra acompanhar o que viria. Abraço Mano véio.

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