VAIDADE
III
Mas se afirmo, como fiz, que a vaidade está em toda a
parte no futebol e eu era parte daquele ambiente, por óbvio, sou obrigado a
admitir minha própria vaidade. É mais
uma lição que tenho que creditar a Hannah Arendt.
Sofro do mal da vaidade intelectual, admito.
Se considerarmos que tenho 56 anos e que entrei na escola
aos cinco anos, dos 51 anos transcorridos desde então passei 39 anos estudando.
Isso, talvez, explique, pelo menos em parte, o fato de padecer de certo orgulho
excessivo dos títulos acadêmicos conquistados. Não há como evitar, mas é possível controlar
isso buscando doses maciças de humildade onde elas se encontram: nos meus
erros, nos meus fracassos, nos tombos que já levei.
Devo advertir, no entanto, a vaidade intelectual não é
exclusividade dos acadêmicos. Não é necessário estudar tanto para ser
intelectualmente vaidoso, É só achar que se “sabe tudo de futebol”, que se tem
solução para todos os problemas do time, do clube. É só ser daqueles que entendem
e afirmam que “esses dirigentes não sabem nada”, “esses caras não são do ramo”;
“se fosse eu no lugar deles, eu faria o seguinte...”.
A vaidade intelectual nos leva, no mínimo, a pensar que
faríamos mais e melhor do que fizeram os que nos antecederam. E eu achei que
podia. Não fiz tudo o que achei que devia ser feito, mas fiz o que era possível
naquela complicada engenharia de negociações com os demais dirigentes. Mesmo
assim, acreditei que 2013 seria um ano melhor do que os anos anteriores, ainda
que não tivéssemos o nosso amado estádio Beira-Rio. Os resultados não vieram. Ficou
provado que estávamos errados. Eu estava errado, como estavam errados os demais
dirigentes. Ninguém deve pagar essa conta sozinho. Acertamos e erramos
coletivamente. Quanto a mim, fui vítima da minha própria vaidade intelectual.
Uau!... Agora, depois de ter lido esses três capítulos do mais puro blá-blá-blá pseudointelectual, começo a entender o porquê de o Ínter ter ido tão mal nos últimos tempos!
ResponderExcluirSempre contigo, vieja, sempre... Estava ansioso pra acompanhar o que viria. Abraço Mano véio.
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