quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador: futebol x marketing

     Nada tenho contra fazer bom marketing num clube de futebol. O INTER tem longa experiência em marketing profissional. Atualmente nem tão profissional assim. Mas executivo de marketing de clube de futebol TEM QUE SER DE FUTEBOL. Não pode ficar querendo sortear ovelhas no intervalo do jogo. Agronegócio é uma coisa, futebol é outra.
     Mas mesmo que sejam de futebol, profissionais de marketing tem que ser, antes, PROFISSIONAIS DE MARKETING. E profissionais de marketing trabalham com pesquisa, não com intuição, do tipo: 
- Bah! Tive uma grande sacada!
     Se for assim, começou mal. Marketing de futebol, embora pareça óbvio, é a interseção das atividades de marketing com a experiência com futebol. Ronaldinho no Fluminense. O que me dizem? Sua contratação pode ser qualificada como resultado de boas práticas de marketing iluminadas pela experiência com futebol? Qual sua opinião? Se eu pudesse imaginar o momento da tomada de decisão de quem o contratou, sobrepondo a lógica do marketing intuitivo à do futebol, eu apostaria que, em algum momento, alguém disse para os circunstantes: 
- Tive uma grande sacada!
   Há alguns anos o Corinthians contratou o "Fenômeno". A experiência foi melhor, admito. Ronaldo não comprometeu, ao contrário, esforçou-se. Não foi patético. Fez alguns gols muito bonitos. Coisa do gênio que ele foi como atacante agudo, central, finalizador. Mas, da mesma maneira, foi uma intrusão do marketing no futebol. Alguém teve uma grande sacada no Corinthians.
     Adriano Imperador foi cogitado para o INTER. Teve-se que deslocar um médico e um fisiologista para avaliá-lo e comprovar o que se supunha: não tinha como dar certo. Naquele caso, no entanto, o marketing do clube não teve culpa. A confusão foi provocada por um agente de negócios de jogadores, que cercou todos os pontos frágeis da estrutura do futebol colorado. Só os pontos sensíveis. Muito preciso o movimento do cara.
     É por isso que afirmo e reafirmo: dirigente não deve ser "boleiro", deve ser dirigente. E profissional de marketing, em clube de futebol, tem que ser profissional. Só isso.