quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

NILMAR E SAVIOLA V - NEGOCIAÇÃO DO NILMAR

   Como muitas negociações de jogadores param pelo caminho, muitas mesmo, uma tática que se tem usado é abrir várias negociações e conduzi-las em paralelo. Os agentes dos jogadores fazem o mesmo, disparam negociações com mais de um clube e escolhem no final o destino do jogador. É a prática.
   Nilmar era o sonho de uma parcela expressiva da torcida colorada e de alguns dirigentes também. Ele estava em férias no Brasil. Ficou um tempo no interior do Paraná descansando e passou alguns dias em POA. Sua esposa estava grávida e ficaria por aqui para ter a criança junto da família, não retornaria com ele para as Arábias. Um dirigente foi ao Paraná falar com ele, enquanto por aqui o interesse do INTER já tinha sido manifestado ao seu procurador. Queríamos um sinal do agente e do jogador que nos permitisse procurar o escritório de advogados que representa o Al-Rayyan, do Qatar, no Brasil. O jogador disse que estava bem lá e que sua disposição era de cumprir seu contrato com o clube árabe. Para vir, só se fosse liberado pelo clube que detinha seu vínculo. Não nos proibiu de fazer ofertas. O INTER apresentou uma proposta de empréstimo: REJEITADA. Apresentou uma proposta de compra: REJEITADA.  Aumentou a oferta de forma MUITO EXPRESSIVA. O Fabiano Baldasso levantou suspeitas, no ar, sobre a veracidade das propostas do INTER. Eu ouvi. Intercedi junto ao presidente para que apresentasse os documentos das propostas ao jornalista. O presidente aceitou, desde que não ficassem visíveis os valores. Comuniquei ao Baldasso que ele podia ir ao gabinete do Giovanni ver as propostas. Que eu saiba ele nunca foi.
   Eu tinha a certeza de que o Sheik aceitaria essa última proposta. Tudo ficaria certo. Nilmar voltaria ao INTER; ficaria perto da esposa no final da gestação e até poderia assistir ao parto.
   A resposta recebida foi: 
- POR FAVOR NÃO MANDEM MAIS PROPOSTAS. O SHEIK ADMITE VENDER O TIME, MAS NÃO ADMITE VENDER O NILMAR.
   Alguns dirigentes mais apegados às tradições entendem que, se numa situação dessas o jogador fizer uma "ceninha", um muxoxo, der uma demonstração de contrariedade por não poder voltar, os dirigentes vão se sensibilizar e liberá-lo. Não é meu caso. Sou pelo profissionalismo no futebol. Nilmar também. Deixou claro que não exerceria qualquer pressão indevida sobre os dirigentes do Al-Rayyan. Se ele tinha contrato com o clube e se o clube queria que ele o cumprisse, ele o cumpriria. Fiquei frustrado pelo fim do negócio, mas aplaudi a atitude do jogador. Se o contrato dele fosse com o INTER, naquele momento, eu gostaria que ele tivesse tido a mesma atitude para com o nosso clube.

OS NEGÓCIOS DE SAVIOLA E SCOCCO VEM NA SEQUÊNCIA 

7 comentários:

  1. Infelizmente são jornalistas como o Baldasso que estragam o futebol, criando as famosas ´´barrigadas´´ apenas para ter um pouco mais de mídia, seguidores ou até ganhar alguns poucos centavos em sites/blogs através da leitura de noticias.

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  2. muito interessante o blog.
    é bom conhecermos o ambiente do futebol também na ótica dos dirigentes sem o filtro da imprensa.

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  3. Nas negociações do futebol, existem 2 partes interessadas. 1 - o Clube; 2 - o jogador. Se qualquer uma destas partes não estiver de acordo, NÃO EXISTE NEGÓCIO.

    O senhor veio à uma rede social afirmar que Nilmar ou Saviola viriam, sendo que as negociações estavam adiantadíssimas. Ora, me explique como pode ser tratada como "adiantada" uma negociação - a do Nilmar em questão - em que uma das partes nunca aceitou negociar, como o senhor mesmo descreve no Blog.



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  4. Boa noite L. Cesar! Conversei contigo várias vezes desde início 2006 no Beira Rio. Suas colocações, idéias e forma de como proceder no meio do futebol profissional além da capacidade intelectual ímpar me faziam imaginar seu sucesso como dirigente primeiro escalão. Mas em março a meu ver ocorreu um fato no qual me deixou preocupado com o andamento do ano 2013. Foi uma entrevista ao vivo no Sala de Redação com relação ao luvas TV, comprometimento receitas mais de 5 anos lembra. Naquele momento o áudio mostrava um L. Cesar com tom voz diferente do qual eu conheci, e logo pensei como te falei lá em Gramado início Pré Temporada " vai ser um ano bom, olha tudo novo, incluindo comissão técnica etc...claro depois mandatário principal pelo regime presidencialista tomar algumas decisões??? sabidas. Pós tua entrevista no sala entrou em ebulição algo de fora para dentro que tornou-se mais difícil o convívio. Por o futebol ser parte menos blindada do clube sua exposição não foi bem aceita. Sem chegar ao mérito da questão, de estar certo ou errado o adiantamento de receitas...., mas aquela entrevista não deveria ser dada pelo responsável direto pelo futebol, e sim alguém relacionado a administração de gestão do clube.
    Claro, isso a meu ver.
    Abraços
    Oscar

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  5. Esse Sheik deve ser COLORADO! Pois Nilmar seria mais um ex-Inter a vir sugar MILHÕES do cofres do clube. Infelizmente o Inter tem essa mania de ficar trazendo ex atletas do clube. Alguns até dão certo, mas a maioria fracassa, talvez pela idade ou acomodação ou as duas.

    Schroder
    BV

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  6. Olá Dr, L. César. Já dizia a frase antiga: "O grande time começa pela defesa". No que se refere ao ano passado, nossa zaga era visivelmente mais desqualificada que o ataque (Índio + Juan + Ronaldo Alves na zaga contra D'Alessandro + Forlán + Damiao no ataque, antes do início da janela). Tendo em vista a saída do Moledo, e também a do Fred, que vinha atuando com função defensiva no meio-campo, porque a direção não priorizou a defesa ?

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  7. Dr. Moura,

    Abandonou o blog?

    Estamos ansiosos pela continuidade dos posts.

    Abraços

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