Tinga é um cavalheiro, um cidadão. É um cara alegre e educado. Lamentei quando veio nos pedir para sair, após a conquista da Libertadores de 2006. Lamentei mais ainda que não estivesse conosco no Japão, no fim do ano; que não tivesse tido a oportunidade de estar no pódio do Mundial de Clubes 2006. Ele merecia pelo que fez na Libertadores e pela importância que teve para aquele grupo.
Lembro que ele não viajou ao Paraguai, para o jogo contra o Libertad. Ficou tratando uma lesão em Porto Alegre. Na véspera do jogo o motivador, Evandro Mota, fez uma sessão no cinema do hotel. Passou um filme de uns seis minutos. Era uma entrevista com Tinga. Ele mandava uma mensagem de ânimo, de confiança nas possibilidades do INTER contra o clube paraguaio. Encerrava mandando mensagens individuais a cada jogador que tinha viajado. Tratava a todos por aqueles apelidos com que os jogadores se tratam quando estão sós; aqueles apelidos secretos que eles só usam para chamar uns aos outros quando estão protegidos de olhos e ouvidos profanos. Foi uma festa. Os jogadores não paravam de rir. Divertiram-se muito com a mensagem do querido colega, que não os tinha acompanhado por força maior. Foi muito legal. Alegrou a todos, mesmo não estando lá, e contribuiu, de longe, para mais um sucesso daquela campanha.
O desaforo que lhe fizeram no Peru não tem nome.