quinta-feira, 1 de maio de 2014

O DIRIGENTE DO FUTURO E O FUTURO DOS DIRIGENTES NO FUTEBOL I

    A gestão da economia do clube explica muita coisa em campo, acreditem.

    Os dados sobre a economia da dupla GreNAL, trazidas pelo Prof. Amir Somoggi hoje,01.05.2014, em ZH, me convencem ainda mais de que o que vai separar os clubes de sucesso dos demais num futuro bem próximo, se não pudermos admitir que isto já está acontecendo, não será o montante de receitas que apuram anualmente, mas a ESTRATÉGIA de gestão.
Para fins de análise de desempenho costumo separar as receitas do clubes brasileiros em seis categorias, agrupadas, por sua vez, em dois grupos. É uma divisão arbitrária criada por mim, com base em critérios analíticos que têm por objetivo facilitar minha análise pessoal da performance competitiva, isto é, futebolística (títulos, taças, glórias), e econômica dos clubes. Ela não é inédita e está embasada em meus estudos na área de gestão, de marketing e de pesquisa do consumidor. Trata-se apenas de um instrumento analítico que criei para organizar minhas avaliações.

   Grupo I: formado pelas receitas direta e imediatamente vinculadas ao espetáculo, ao jogo, às competições, ao chamado "mercado da bola". Neste grupo coloco as três categorias seguintes:
     1. Receitas de direitos de transmissão pagos por empresas e veículos de comunicação (TV, rádio, agências de notícias, portais de informação);
     2. Receitas de alienação de direitos econômicos e federativos de jogadores, antigamente chamado de "passe"("mercado da bola" ou "mercado de jogadores");
    3. Receitas do espetáculo, do "Dia do Jogo", são aquelas apuradas pela participação do fã no período que antecede o jogo, no momento do jogo e logo após a partida ou o show.

    Grupo II: formado por aquelas receitas mais ligadas aos ativos mais duradouros da instituição, do clube, da associação. Neste grupo coloco outras três categorias:
     4. Receitas do Quadro Social apuradas pelas mensalidades dos sócios. É importante lembrar que aqui em Porto Alegre os clubes são eminentemente clubes de futebol e não clubes sociais que tem, também, futebol, como acontece em outras capitais do país.
     5. Receitas de marketing e exploração da marca, são aquelas decorrentes da paixão dos aficionados pelo esporte do futebol, em geral, e pelo clube, em particular.
     6. Receitas de exploração do patrimônio, especialmente do patrimônio imobiliário da associação/clube.

    Para cada um destes grupos de receitas acima há estratégias específicas de gestão para a sua maximização. Para cada categoria, dentro dos dois grupos, há também a exigência de estratégias gerenciais/operativas para o aprimoramento do desempenho.
    Nos próximos posts comentarei um pouco sobre as estratégias, corretas e equivocadas, do período compreendido entre os anos 2000 e 2010, que levaram o INTER a sair de sua posição periférica, no âmbito do futebol brasileiro, e sobre o futuro da gestão do futebol e do clube após passados estes três anos de um "longo e tenebroso inverno" sem nosso querido estádio.

Um comentário:

  1. Acho interessante analisar as receitas de associação juntamente com a bilheteria, afinal o principal atrativo do quadro social é o acesso ao estádio. Lotar o Beira-Rio de associados, por exemplo, pode passar a ideia errada de que estamos tendo um "fracasso" em bilheteria, erradamente. Além disso a estratégia do Clube (acredito que seria ideal para o coirmão) pode ser ter poucos sócios e focar na venda de ingressos (individuais ou em carnês).
    Abraço.

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